domingo, 2 de setembro de 2012

Kafka quebra o meu silêncio



















Eu vou viver no meu interior , pois aqui eu sei quem sou e gosto de quem eu sou . Nesse ambiente , Vou me armar com livros e criar uma aliança com Kafka e nessa união pretendemos vislumbrar a Metamorfose de acordar de um sono intranquilo e ver que , ao nosso redor , não vivemos em um lugar longe da moralidade e preconceito .
  A metafísica de um lugar onde a sensação de liberdade não se confunda com a luta pela sobrevivência é sobreposta pela energia delgada do silêncio , o meu silêncio . Contudo , meu amigo Kafka , quebra o padrão e me consola dizendo que a nossa consciência necessita de grandes ferimentos , pois , dessa forma , a necessidade do pensamento se torna evidente e , assim , é inevitável fugir das mudanças necessárias . O impacto dessas palavras foram incalculáveis . Fechei o livro e adormeci .
  Poucos instantes depois escuto uma voz . – Quem é você ? – perguntei . Ela não me respondeu e apenas disse pra eu deixar de lutar contra sensações abstratas que não possuem gestos aplicados ao mundo atual . Em seguida ela se foi , assim como a penumbra que se formava ao fundo . Logo em seguida o sol veio sorrir para mim e anunciar que a noite se esvai . Levantei , fui beber água , voltei e quando fui tentar retomar a conversa da noite anterior , percebi que aquela voz era a metamorfose da minha inconsciência e estava ali predestinada a mostrar-me que o meu silêncio é a união dos meus medos e fracassos . Assim , eu vi que sou apenas um pequeno aprendiz que vive cada dia por um triz nesse mundo. 
  Com tudo isso , aprendi que a minha maior loucura é acordar , todos os dias , e imaginar que o mundo é um lugar tranquilo e que tentar entender a abstração da moral e do desrespeito é a pior forma de atenuar a minha dor causada pela descrença no ser humano . Hoje , eu só quero dar voz ao meu sossego , caminhar sobre certezas , trocar olhares com o mundo e confirmar meus novos sonhos e intenções e , por fim , descansar com a certeza de dever cumprido . 
E assim Kafka quebrou o meu silêncio .


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