sábado, 29 de setembro de 2012

Imaginando o que é amar.

     Escrever ou falar sobre o amor é algo difícil pra mim. Afinal, eu nunca senti e tão pouco conheci. Meu desejo é acordar, refletir sobre a realidade e nela incluir pensamentos afetivos em relação a alguém. Eu sinto amor pelas leis naturais: pai, mãe, família. Amo zelar pela dedicação, leitura e me apaixonar pelas artes. Sinto benevolência pela compaixão, sinceridade, amizade, ou seja, sentimentos concretos e isentos de qualquer interesse. Mas, nunca encontro o amor por alguém.
     Talvez eu seja o erro. Sou simples, realista e fechado. Por isso, eu resolvi construir uma voz dentro de mim e assim, forçar-me a praticar ações peculiares a cada situação. É uma espécie de idiossincrasia da solidão. Mas, a timidez é uma circunstância pela qual eu ainda não consigo definir a minha atuação. Nesse aspecto, sou um agente do medo. É inegável a observação da permeabilidade dos meus olhos.
     Agora eu estou aqui deitado na minha cama, escrevendo essas palavras e imaginando uma definição para o amor, mesmo não te-lo sentido. Porém, o único axioma que alcancei foi o de que não deve haver amor maior do que a amor próprio.Em quais oportunidades eu devo dissimular ou manifestar minhas emoções? Essa é uma dúvida angustiante. Talvez o tempo me mostre a resposta. É hora de ocupar a cabeça e distrair os olhos.
     Imaginei uma teoria para o amor. Lembrei das palavras do Padre Antônio Vieira. Ele disse: "o amor fino não busca causa nem fruto. Se amo, porque me amam, tem o amor causa; se amo, para que me amem, tem fruto: e amor fino não há de ter porquê nem para quê. Se amo, porque me amam, é obrigação, faço o que devo: se amo, para que me amem, é negociação, busco o que desejo. Pois como há de amar o amor para ser fino? Amo porque amo, e amo para amar. Quem ama porque o amam é agradecido. quem ama, para que o amem, é interesseiro: quem ama, não porque o amam, nem para que o amem, só esse é fino". Faço das palavras de Vieira as minhas.
     É tempo de deixar correr boas lembranças pelo coração, acreditar nas pessoas e nas suas emoções. Vou seguir as minhas convicções me apropriando de pensamentos úteis e com isso, transformar minhas dúvidas em certezas. Quero viver o amor na sua mais alta potência. Aproveitar as suas qualidades, tristezas e até mesmo o seu ciúmes. Abrir os olhos, os braços e me lançar ao mundo. Conquistar o sentimento expresso é uma questão de oportunidade.  

Um comentário:

  1. Como sempre, fodástico! ASUASU' Achei muito massa a parte do sermão de Vieira. Tipo, é muito assim mesmo. Amar por amar, sem querer nada em troca. Como descobrir isso? Parece irreal, mas é algo muito bonito. Concordo com seu texto. Depois vou fazer outro sobre isso. Compartilho com algumas dessas concepções :)

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